domingo, 29 de maio de 2011

"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida." 
(Clarice Lispector)

sábado, 14 de maio de 2011

Com o tempo comecei a perder coisas que eram realmente importantes, não só para mim, mas para toda sociedade, perdi coisas que me tornavam um ser humano saudável e até mesmo útil. Perdi toda a pureza, perdi o dom de não me entregar, perdi a minha alimentação, meu café da manhã, perdi até mesmo um pouco do meu caráter, perdi minha total sinceridade. Não que eu sinta prazer em me compartilhar com alguém e mentir para tornar toda a situação uma simples ilusão, tudo não passa de uma ilusão. Eu crio o meu próprio mundo irreal para que não seja necessário acreditar que o real está aí, é real. Nada mudou aparentemente, mas como dormir a noite quando não se tem uma consciência limpa? Passo horas e horas rolando na cama, pensando apenas em como trazer algumas qualidades de volta, mas para isso não basta apenas pensar, é preciso coragem, coragem de mostrar aos outros não apenas a minha verdadeira face, mas também que mesmo depois de anos cometendo erros, eu voltei atrás, voltei com o que parecia não somente incômodo, mas real.